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Fim da miséria



Empresas e governo devem unir esforços rumo a um país livre da pobreza extrema

Tereza Campello: suporte do governo para tirar 16 milhões de brasileiros da pobreza | Foto por Márcio Bulhões

Apesar dos esforços dos últimos anos, que resultaram em mais de 30 milhões de brasileiros vivendo acima da linha da pobreza, há ainda 16 milhões de cidadãos vivendo com menos de R$ 70 por mês. Com a participação da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, do diretor técnico do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Carlos Alberto dos Santos, e Jorge Streit, presidente da Fundação Banco do Brasil, o painel “Erradicação da pobreza” , moderado por Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, promoveu uma reflexão atual sobre o tema no segundo dia, 9 de agosto, do Congresso Ethos 2011.

No primeiro semestre, o governo lançou o Plano Nacional de Erradicação da Miséria, que tem como objetivo principal melhorar a vida de 16,2 milhões de brasileiros identificados pelo Censo 2010 do IBGE como a parcela da população que sobrevive com até R$ 70 mensais. Na definição do Banco Mundial, miséria ou pobreza extrema é a privação do bem-estar que abrange rendimentos econômicos insuficientes e acesso limitado à aquisição de produtos básicos e aos serviços necessários para a sobrevivência digna, como alimentação, vestuário, educação, habitação e saúde.

O papel de empresas e governo foi bastante debatido no encontro. O programa “Brasil sem Miséria”, nome popular do plano do governo federal, assinalou os progressos do Estado brasileiro em busca do fim da pobreza extrema. “Trabalhamos com três eixos principais. Um é a renda, que é o recorte que fazemos para identificar essa população. Outro eixo é a inclusão produtiva. Temos ações diferenciadas para capacitar esses cidadãos nas áreas urbanas e rurais. E, finalmente, queremos oferecer serviços públicos para essas pessoas, que são as que mais precisam e que, geralmente, sequer conhecem os seus direitos”, assinalou a ministra Tereza Campello.

Para complementar essas ações do governo federal, empresas e investidores têm papel decisivo na melhoria da vida real dessa população considerada de extrema pobreza, comentou Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos. “O problema é que esse público, que queremos muito atingir, não está dentro de organizações sociais, como cooperativas e sindicatos. Temos que achar uma maneira de organizá-lo”, refletiu Streit, da Fundação Banco do Brasil.

Ele ressaltou o aumento dos investimentos da Fundação no semiárido – atualmente a área recebe 38% do montante. Este fomento não se dá apenas com a transferência de renda: há também a aposta em tecnologia social, saneamento básico rural, programas de inclusão digital e de alfabetização de adultos e jovens.

Empreendedorismo

Carlos Alberto dos Santos, do Sebrae, mostrou números expressivos sobre a formalização desse público. “Já contamos com mais de 1,4 milhão de empreendedores individuais no país enquadrados no ‘simples’. Dessa forma, queremos trazer para o mercado formal cada vez mais pessoas – o esperado é que haja mais um milhão de brasileiros migrando para esse formato de trabalho por ano”, contabilizou Santos.

O microempreendedorismo também é estimulado pelo governo federal, que tem incentivado que as Prefeituras comprem a merenda escolar de microprodutores locais, adquirindo assim uma mercadoria fresca, mais barata e com menor impacto ambiental.

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(Envolverde)



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