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Como atender a maior demanda sem esgotar os recursos naturais?

Neuza Árbocz, para o Ethos

As pessoas querem o novo, querem moda. Como dar isto a elas considerando os limites dos recursos naturais? “Reutilizando os materiais. Hoje, já fazemos camisetas com fios de pet. Queremos chegar ao ponto de recolher as usadas e transformá-las em novas ”, revelou Sarah Severn, diretora de Sustentabilidade e Inovação da Nike, palestrante do painel “Sustentabilidade em Produtos, Processos e no Modelo de Negócios: Desafios e Avanços”, realizado na quinta-feira, 13 de maio, segundo dia da Conferência Internacional 2010 do Instituto Ethos.

Sarah exerceu vários cargos ligados à sustentabilidade nos 15 anos em que trabalha na empresa e garante que é inexato pensar que produtos “verdes” significam preços mais altos. “Há formas de compensar. Se uma etapa da produção acrescenta um custo, há outro que o reduz. Estamos, por exemplo, tendo ganhos significativos na diminuição do uso de energia em nossa cadeia produtiva”, explicou.

A empresa levou cinco anos desenvolvendo ferramentas para nortear a criação de produtos sustentáveis. Estuda agora tornar estas ferramentas públicas, sendo que já começou a compartilhá-las experimentalmente. Além disto, investe em pesquisa de materiais que possam ser reutilizados e gerar lixo zero.

Quanto à origem das matérias-primas, Sarah explica que a empresa faz uma checagem rigorosa de seus fornecedores. Contudo, é complexo estender este controle para os fornecedores dos fornecedores. Por isso, iniciativas como o Grupo de Trabalho do Couro, formado após o relatório “A Farra do Boi”, do Greenpeace, são imprescindíveis, acredita ela.

Por meio do grupo, as empresas se reúnem e rastreiam a origem do gado desde o pasto. “Estamos planejando formas de acompanhar isto com controle tecnológico, a partir do próprio nascimento de um bezerro”, comenta Sarah. Como vegetariana e sensibilizada com a causa do sofrimento animal, relata que já existem pesquisas apontando para a possível dispensa do couro como matéria-prima para confecção de tênis no futuro.

“Muitas inovações estão sendo preparadas e as mudanças têm que acontecer localmente”, reforça a executiva, que trabalha com uma equipe de 100 pessoas na multinacional. “Muitos hoje desejam integrar nosso time. Mas eu digo: não é viável. Engajem-se nas transformações nas unidades em que vocês atuam”, conclui. (Envolverde)

Imagem por Marcio Bulhões

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