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Conferência debate a necessidade de líderes abertos e conscientes

Silvia Marcuzzo, para o Ethos

Mente aberta, coração aberto, vontade aberta. Os líderes precisam mudar seus preceitos sobre como fazer o desenvolvimento. Esta foi uma das mensagens do debate “A Nova Liderança para uma Economia Verde, Inclusiva e Responsável” que reuniu expoentes da sustentabilidade internacional durante a Conferência Internacional 2010 do Instituto Ethos.  Como moderador, o cofundador e presidente executivo da Volans Ventures, John Elkington, participou ativamente da mesa, fazendo diversas intervenções. Os debatedores foram Otto Scharmer, palestrante sênior do Massachusetts Institute of Technology (MIT), presidente fundador do Presencing Institute e membro fundador do MIT Green Hub e autor do livro “Teoria U”; Pavan Sukhdev, líder de estudos da instituição The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB) e assessor especial  da Green Economy Initiative, do Pnud; e Vânia Somavilla, diretora de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Vale.

Todos foram categóricos: é urgente a mudança de postura do empresariado para enfrentar os desafios das mudanças globais.  Motivados por Elkington, os debatedores explicaram porque é necessária uma nova postura, baseada em relações mais conscientes com os stakeholders (públicos de interesse), com a coletividade, visando deixar um legado positivo para o futuro. O presidente da Volans Venture ressalta que é preciso prestar atenção na realidade atual. “Vivemos um tempo de mudanças profundas”, observa, listando como exemplos a queda do Muro de Berlim e a eleição de Barack Obama nos Estados Unidos. “Precisamos nos perguntar quem somos como pessoa, quem sou eu como geração”, aponta.  Mas reconhece que leva tempo para as coisas acontecerem. “Talvez uns 50 anos.”

Já o executivo indiano Pavan Sukhdev, que está afastado da vice-presidência do Deutsche Bank, gozando de seu período sabático, acha que existem vários sinais de transformação nas organizações. Ele acredita que os cálculos para se chegar ao PIB precisam mudar. É necessário incorporar outras riquezas, como o capital natural e o humano. Sukhdev espera que o banco alemão se torne, daqui a algum tempo, um banco de investimento.

Vânia Somavilla, da Vale, também se engaja no movimento em prol dos líderes conscientes. E revela que a empresa está adotando medidas em vários níveis em favor da sustentabilidade. Eficiência energética, mudanças na matriz energética, com o uso de gás natural e biodiesel, e alterações nas plantas da mineradora são algumas das ações da empresa, a segunda maior fornecedora de ferro do mundo. Ela diz que “acredita na sincronia das coisas” e no “amadurecimento das lideranças mundiais”. E lembra que, quando criança, o progresso era uma fábrica com uma chaminé soltando uma fumacinha e hoje não se aceita isso como símbolo de desenvolvimento. Ela citou ainda a criação do Fundo Vale e do Vale Floresta, como iniciativas para promoção do desenvolvimento sustentável em comunidades da Amazônia Legal.

Teoria U

É preciso engajar líderes, “o sucesso depende do estado interno do líder”, diz Otto Scharmer. Ele apresentou no debate os cinco pilares básicos da Teoria U – reagir, reestruturar, reprojetar, reconsiderar, regenerar –, com a seguinte pergunta como pano de fundo: de onde vem nosso compromisso? Isso tudo balizado pela percepção compartilhada de descobrir a vontade comum e a ação coletiva, colocando o objetivo em prática.

Salienta que incorporar a dimensão invisível e liderar para ações coletivas, hoje, são comportamentos mais do que necessários, são consequências da atualidade. Ele defende a abertura total do coração, da mente e da vontade.  Como viveu sempre em contato com pessoas de diversas origens, o alemão Scharmer é completamente receptivo a novas possibilidades.  O presidente do Presencing Institute pede que se preste mais atenção, para que haja uma conscientização maior dos tomadores de decisão. Segundo ele, “é preciso entrar no sapato dos outros”, conectar-se com o sentido coletivo. Para isso, defende práticas contemplativas, a fim de diminuir o “barulho” e ouvir o que o sistema está deixando evidente. (Envolverde)

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