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Danielle Mitterrand: “Estamos preparados para as mudanças necessárias?”

Danilo Paulino, para o Ethos

Em uma conversa mais pessoal, ocorrida no Open Space, após participar da palestra “Justiça Social e Econômica”, na quinta-feira, 13 de maio, segundo dia da Conferência Internacional 2010 do Instituto Ethos, a francesa Danielle Mitterrand brindou os participantes com relatos próprias de uma pessoa que viveu grandes momentos de nossa história recente. Segundo ela, o modelo de sociedade que conhecemos atualmente foi criado após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando o mundo tinha de se recuperar do trauma.

Ex-primeira dama da França e atual presidente da Fundação France Libertés, criada em 1986 para atuar na defesa dos direitos humanos e que está focada nos dias de hoje na gestão sustentável dos recursos hídricos, a esposa do então futuro presidente François Mitterrand testemunhou importantes reuniões dos líderes do pós-guerra, quando se buscava um modelo de reconstrução para a Europa.

Danielle Mitterrand fala com conhecimento sobre o grande fluxo migratório, quando os europeus lotaram as cidades em buscas de melhores condições. Ela reconhece que o Velho Continente definiu um modelo mundial de desenvolvimento, baseado no crescimento rápido e no aumento do consumo, mas que “este modelo de pensamento único não é viável”.

Grande expoente da luta pelos direitos humanos, ela corre o mundo na promoção do acesso livre e universal aos recursos básicos, como água potável e alimentação. “Devemos isso às comunidades tradicionais, excluídas deste modelo de desenvolvimento”. E complementa: “O dinheiro não pode ser a única medida de valor, nem a meta maior e última. Deve ser visto como realmente é, uma ferramenta para mensurar o trabalho e a troca de mercadorias”.

Nas viagens à América Latina, Danielle conheceu uma dinâmica social própria, influenciada pelas comunidades locais. Cita o exemplo de Cochabamba, terceira maior cidade da Bolívia, que em 2000 foi palco de uma grande revolta popular contra a privatização da água e consequente alta nos preços.

Outra ação de sua Fundação é o combate à biopirataria, fornecendo apoio jurídico às comunidades locais. “Acredito que devemos rever nossos conceitos, buscando enxergar o mundo com um olhar diferente, mais próximo ao das comunidades tradicionais”. Fica para reflexão o que disse no início de sua palestra: estaremos prontos para realizar as mudanças necessárias? (Envolverde)

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