Diversidade de ideias dialoga por um objetivo comum
Alice Marcondes, Ana Carolina Amaral e Murillo Pereira, para o EthosSeguindo a linha das palestras do teólogo Leonardo Boff e da jornalista Lia Diskin sobre o quarto princípio da Carta da Terra, “Democracia, Não Violência e Paz”, realizada na quinta-feira, 13 de maio, segundo dia da Conferência Internacional 2010 do Instituto Ethos, as rodas de diálogo realizadas no Open Space logo em seguida à fala de ambos ilustraram a capacidade humana de ir além da tolerância à diferença, enriquecendo-se com a diversidade de saberes. Na ocasião, pessoas de variadas origens e profissões refletiram sobre alternativas viáveis para difundir a visão de um mundo mais sustentável.
Em uma das mesas, a discussão polemizou o engajamento dos stakeholders (públicos de interesse). Dividindo experiências, frustrações e esperanças, profissionais de diversos ramos chegaram a uma receita comum. Concordam que não se pode sensibilizar as pessoas para a mudança pela imposição de tendências, que poderiam ser encaradas como uma obrigação. A adesão para a virada exige uma conscientização mais profunda, em que cada indivíduo não mude por obrigação, mas por escolha.
Na mesa ao lado, onde o tema principal foi o desenvolvimento de competências para a sustentabilidade, chegou-se a conclusões mais concretas. A conversa pontuou a necessidade da conversão dos altos executivos das empresas. A estratégia seria fazê-los entender que sustentabilidade é um negócio, mas um negócio mais inteligente. Destacou-se a necessidade de se traduzir esse discurso em números, falando a língua desses empresários.
Leonardo Boff e Lia Diskin nortearam as discussões da mesa em que estavam, que analisou transversalmente as situações econômica, social e cultural com base no mencionado quarto princípio da Carta da Terra. Na visão do teólogo, o mundo passa por diversas crises, mas isso não deve ser encarado apenas como algo negativo. Todos estão diante da oportunidade de assumir responsabilidades individuais e coletivas. “A Carta da Terra é a chave para o novo milênio”, ensinou Boff. (Envolverde)