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Economia verde, inclusiva e responsável na prática

Mariana Desimone e Murillo Pereira, para o Ethos

Como uma grande companhia pode colaborar para a melhoria das condições de pobreza atuando na sua cadeia de valor? Esse foi o grande questionamento da oficina sobre economia verde, promovido na sexta-feira, 14 de maio, último dia da Conferência Internacional 2010 do Instituto Ethos.A tarefa proposta era analisar três casos de empresas que incluíram em sua cadeia de produção fornecedores “alternativos”. A ideia era ressaltar os sucessos e entraves dos históricos apresentados e também sugerir propostas para que a sociedade civil, o empresariado e o governo pudessem impactar positivamente no relacionamento entre as companhias e seus novos stakeholders (públicos de interesse).

“Queremos apresentar empresas grandes que trabalharam para a melhoria da base social em sua cadeia de valor”, assinalou Ana Letícia Silva, coordenadora de Projetos na Área de Responsabilidade Social e Combate à Pobreza do Instituto Ethos. As companhias apresentadas na oficina foram Levi´s, fabricante de roupas jeans, Arcor, produtora de balas e caramelos, e Tramando-Red Puna, projeto da marca de luxo de vestuário com uma organização de tecelãs.

A Levi´s criou uma ONG para ajudar a melhorar o trabalho de mulheres e jovens em uma de suas linhas. Já a fabricante de doces passou a usar como matéria-prima cana-de-açúcar fornecida por uma cooperativa. A Tramando-Red Puna, por sua vez, trabalhou em conjunto com uma comunidade indígena para desenvolver práticas de comercialização de peças de vestuário típicas para sua clientela.

No momento das apresentações, os êxitos das empresas mais ressaltados pelos participantes foram a geração de renda e o aprendizado para as comunidades locais, o fortalecimento da economia da região e a possibilidade de replicação do projeto. Em se tratando de entraves, os apontados foram a falta de qualificação das comunidades envolvidas e os prazos praticados pelas grandes empresas, além da pouca noção do impacto causado por essas parcerias na cultura de pequenas comunidades.

Para melhorar o relacionamento entre as grandes empresas e os pequenos empreendedores foi  mencionada a importância de haver um mediador local para conscientização da comunidade, o desenvolvimento de uma visão de longo prazo de não dependência de apenas um cliente e a viabilização de certificados para esses pequenos fornecedores.

Ana Letícia comemorou as reflexões debatidas. “Temos que perceber que a relação de negócios só é feita com confiança. E isso vem no longo prazo. Daí a necessidade de se cuidar cada vez melhor da relação entre clientes e fornecedores”, afirmou.

Um primeiro passo

Com duração de aproximadamente duas horas e meia, a oficina conseguiu aliar reflexão e debate sobre as cadeias de valores de diversos ramos empresariais. Tais discussões possibilitaram aos participantes a concepção de alternativas viáveis para a implantação de estratégias que visem a atividades produtivas inclusivas e sustentáveis.

Para Cristiano Marchi, professor universitário, a oficina contribuiu para aprofundar os conhecimentos acerca do tema abordado. Além disso, acrescentou que as dinâmicas desenvolvidas servirão de modelo para análise de outras empresas e também referência para construção de métodos produtivos responsáveis.

Também presente ao evento, Arildo Lopes, presidente da Unisol, organização que auxilia na gestão de cooperativas e microempresas, elogiou a temática. Segundo ele, focar iniciativas que beneficiem o âmbito local e regional aproxima a população das discussões acerca do meio ambiente, fato que atribui maior aplicabilidade ao tema.

De acordo com balanço feito por Ana Letícia Silva, coordenadora da oficina, o processo de construção de uma cadeia produtiva socialmente responsável é um caminho longo, mas que o evento contribuiu no sentido de ser um primeiro passo. (Envolverde)

Imagem por Marcio Bulhões

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